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>> TEXTOS ESPÍRITAS >> LéON DENIS. LIVRO: DEPOIS DA MORTE
 

Provas Científicas da Existência Espiritual

Autor: Léon Denis. Livro: Depois da Morte

Foi no seio da grande Confederação americana,

em 1850, que, pela

primeira vez, as manifestações espíritas atraíram

a atenção pública. Pancadas

faziam-se ouvir em vários aposentos, móveis

deslocavam-se sob a ação de

uma força invisível, mesas agitavam-se e feriam

ruidosamente o solo. Tendo

um dos espectadores tido a idéia de combinar as

letras do alfabeto com o

número de pancadas, estabeleceu-se uma

espécie de telegrafia espiritual e a

força oculta pôde conversar com os assistentes.

Disse ser a alma de uma

pessoa conhecida que tinha vivido no país,

entrou em minudências muito

exatas sobre a sua identidade, vida e morte, e

relatou particularidades que

dissiparam todas as dúvidas. Outras almas foram

evocadas e responderam

com a mesma precisão. Todas se diziam

revestidas de um corpo fluídico,

invisível aos nossos sentidos, porém que não

deixava de ser material.

Rapidamente, multiplicaram-se as

manifestações, que, pouco a pouco, se

foram estendendo por todos os Estados da

União. De tal sorte preocuparam a

opinião, que certos sábios, acreditando ver nelas

uma causa de perturbação

para a razão e paz pública, resolveram observá-

las de perto, a fim de

demonstrarem o seu absurdo. Foi assim que o

juiz Ednionds, Presidente do

Supremo Tribunal de Nova York e Presidente do

Senado, e o professor de Quí-

mica, Mapes, da Academia Nacional, foram

levados a se pronunciarem sobre a

realidade e o caráter dos fenómenos espíritas.

Suas conclusões, formuladas

depois de rigoroso exame, constam em obras

importantes, e por elas está

declarado que tais fenómenos eram reais e que

só podiam ser atribuidos à

ação dos Espíritos.

Propagou-se o movimento a tal ponto que, em

1852, foi dirigida ao

Congresso em Washington uma petição assinada

por quinze mil pessoas, a fim

de se obter a proclamação oficial da realidade

dos fenômenos.

Um sábio célebre, Robert Hare, professor na

Universidade da Pensilvânia,

tomou francamente o partido dos espíritas,

publicando, sob o titulo:

Ezperimental Investigations of the Spiritual

Manifestatzons, uma obra que fez

sensação, e na qual estabeleceu cientificamente a

intervenção dos Espíritos.

Robert Dale Owen, sábio e escritor notável,

também se ligou a esse

movimento de opinião, e escreveu várias obras

para o favorecer, entre as quais

a que teve por título: Footfalls on the Boundary

of Another World (Investidas às

fronteiras de um outro mundo, 1877),

conseguindo um êxito considerável.

Segundo Russel Wallace, o Modern Spiritualism

conta hoje, nos Estados

Unidos, onze milhões de adeptos, representados

por uma imprensa numerosa

(22 jornais ou revistas), cujo órgão principal é o

Banner of Light, de Boston.

*

Na Inglaterra, porém, é que as manifestações

espíritas foram submetidas à

análise mais metódica. Numerosos sábios

ingleses têm estudado os

fenômenos da mesa com uma atenção

perseverante e minuciosa, e é deles

que nos vêm os mais formais testemunhos.

Em 1869, a Sociedade Dialética de Londres, uma

das mais autorizadas

agremiações científicas, nomeou uma Comissão

de trinta e três membros,

sábios, literatos, prelados, magistrados, entre os

quais Sir John Lubbock, da95

Royal Society, Henry Lewes, hábil fisiologista,

Huxler, Wallace, Crookes, etc.,

para examinar e “aniquilar para sempre” esses

fenômenos espíritas, que, dizia

a moção, “são somente produto da imaginação”.

Depois de dezoito meses de

experiências e de estudos, a Comissão, em seu

relatório, reconheceu a

realidade dos fenômenos e concluiu em favor do

Espiritismo.

Na enumeração dos fatos observados, o relatório

não só demonstra as

pancadas e os movimentos da mesa, mas

também menciona “aparições de

mãos e de formas que, não pertencendo a

nenhum ente humano, pareciam

vivas por sua ação e mobilidade. Essas mãos

eram algumas vezes tocadas e

seguradas pelos assistentes, convencidos de que

elas não eram o resultado de

uma impostura ou de uma ilusão”.

Um dos trinta e três, A. Russel Wallace,

colaborador de Darwin, e, depois

da morte deste, o mais eminente representante

do evolucionismo, prosseguiu

suas investigações e consignou os seus

resultados numa obra de grande êxito:

Miracles and Modern Splritualism. Falando dos

fenômenos, exprime-se nestes

termos: “Quando me entreguei a essas

experiências, era fundamentahnente

materialista. Não havia em minha mente

concepção alguma de existência

espiritual. Contudo, os fatos são obstinados;

venceram e obrigaram-me a aceitá-los muito

tempo antes que eu pudesse admitir a sua

explicação espiritual.

Esta veio sob a Influência constante de fatos

sucessivos que não podiam ser

afastados nem explicados de nenhuma outra

maneira.”

Entre os sábios ingleses cujos testemunhos

públicos podem ser invocados

em favor da manifestação dos Espíritos, também

citaremos StaInton Moses

(mais conhecido por Oxon), professor da

Faculdade de Oxford, que sobre estas

matérias publicou um livro intitulado Spzrit

Identity, e uma outra obra

denominada Psychography (82), onde trata

principalmente dos fenômenos de

escrita direta; Warley, engenheiro-chefe dos

telégrafos, Inventor do

condensador elétrico; Sergent Cox, jurisconsulto;

A. de Morgan, presidente da

Sociedade Matemática de Londres, que afirma

claramente as suas crenças na

obra: From Matter to Spirit; o professor Challis,

da Universidade de Cambridge;

os Drs. Charbers, Janies Oully, G. Sexton, etc.

Além de todos estes nomes, justamente

estimados, há um outro, maior e

mais ilustre, que vem juntar-se à lista dos

partidários e defensores do

Espiritismo; é o de Wilhiam Crookes, membro da

Royal Soclety (Academia de

Ciências da Inglaterra).

Não há ciência que não deva uma descoberta ou

um progresso a esse

Espírito sagaz. Os trabalhos de Crookes sobre o

ouro e a prata, sua aplicação

do sódio ao processo de amalgamação são

utilizados em todas as oficinas metalúrgicas da

América e da Austrália. Com o auxílio do

heliômetro do

Observatório de Greenwich, foi ele o primeiro

que pôde fotografar os corpos

celestes; as suas reproduções da Lua são

célebres. Seus estudos sobre os

fenômenos da luz polarizada, sobre a

espectroscopia não são menos

conhecidos. Crookes descobriu também o tállo.

Todos esses trabalhos, porém,

são excedidos por sua magnífica descoberta do

quarto estado da matéria,

descoberta que lhe assegura um lugar no

panteão da Inglaterra, ao lado de

Newton e de Herschell, e um outro mais

admirável ainda na memória dos

homens.

William Crookes entregou-se, durante dez anos,

ao estudo das

manifestações espíritas e, para verificá-las

cientificamente, construiu

instrumentos de precisão e delicadeza inauditas.

Com o auxílio de um médium96

notável, a jovem Florence Cook, e de outros

sábios tão rigorosamente

metódicos como ele, operava em seu próprio

laboratório, cercado de aparelhos

elétricos, que teriam tornado Impossível ou

mortal qualquer tentativa de fraude.

Em sua obra: Reaearches in the Phenomena ai

Spirituausm (83), Crookes

analisa as diversas espécies de fenômenos

observados: movimentos de corpos

pesados, execução de peças musicais sem

contacto humano, aparições de

mãos em plena luz, aparições de formas e de

figuras, etc. Durante vários

meses, o Espírito de uma jovem e graciosa

mulher, chamada Katie King,

mostrou-se, todas as noites, aos olhos dos

investigadores, revestindo, por

alguns instantes, as aparêúcias de um corpo

humano provido de órgãos e de

sentidos, conversando com Crookes, com sua

esposa e com os assistentes,

submetendo-se a todas as experiências exigidas,

deixando-se tocar, auscultar,

fotografar, após o que se esvaia como tênue

névoa. Essas curiosas

manifestações estão longamente relatadas na

obra referida, de WUliam

Crookes.

A Society por Psychical Research, outra

agremiação de sábios, entrega-se,

há dez anos, a investigações profundas sobre os

fenômenos de aparições.

Várias centenas de casos foram descobertos por

ela, consignados na sua

revista, denominada Proceedings e numa obra

especial: Phantaams ai the

Living, dos Drs. Myers, Gurney e Podmore, que

explicam tais fenômenos pela

telepatia ou transmissão do pensamento entre os

seres humanos. Quase todos

esses fenômenos sucederam-se no momento da

morte de pessoas que, em

certas ocasiões, se reproduziram nas ditas

aparições. Uma leitura atenciosa

dos Proceedings não permite que aceitemos,

para um grande número de

casos, as diferentes explicações dadas por esses

doutores, como sendo tais

fenômenos o produto da ação mental a distância

ou da alucinação, nem

mesmo é razoável admitir-se o caráter subjetivo

que, em geral, lhes atribuem.

A objetividade, a realidade desses fatos ressalta

dos próprios termos dos

Proceedings e dos testemunhos recolhidos

durante as Investigações: “As

aparições têm, em certos casos, impressionado

os animais; ao seu aspecto,

cães bravios são tomados pelo terror, ocultam-se

e fogem; cavalos passam

apressadamente, trêmulos por todo o corpo,

cobrem-se de suor ou recusam-se

a avançar.” (84)

“Algumas aparições deram lugar a impressões

auditivas, táteis e visuais.

Fantasmas, em diversos andares de uma casa,

foram vistos sucessivamente

por diversas testemunhas.” (85)

Na obra Phantasms of the Living estão referidos

muitos efeitos físicos que

foram produzidos, tais como ruidos, pancadas,

abertura de portas,

deslocamento de objetos, etc.; aí também foram

mencionadas vozes predizendo os

acontecimentos (86). Certas aparições também

puderam ser

fotografadas. (87)

Na Alemanha, os mesmos testemunhos da

existência dos Espíritos e de

suas manifestações decorrem dos trabalhos do

astrônomo Zõllner, dos

professores Ulricl, Weber, Fechner, da

Universidade de Leipzig; Carl du Prel,

de Munique. Esses sábios, cépticos todos, a

princípio, e igualmente animados

do desejo de desmascarar o que consideravam

trapaças vulgares, foram

constrangidos, pelo respeito à verdade, a

proclamar a realidade dos fatos

observados. (88)

*97

O movimento espírita estendeu-se aos países

latinos. A Espanha possui,

em cada uma das suas principais cidades, uma

sociedade e um jornal de

estudos psíquicos. A agremiação mais

importante é o Centro Barcelonês, ao

qual está ligada a União Escolar Espiritista, cujo

órgão é a Revista de Estudos

Psicológicos. Uma federação reúne todos os

grupos e círculos da Catalunha,

em número superior a cem. O seu presidente é o

visconde Torres-Solanot,

escritor e experimentador distinto.

Na Itália também se produziram manifestações

importantes em favor do

Espiritismo. Depois das experiências do

professor Ercole Chiaia, de Nápoles,

realizadas com a médium Eusápia Paladino, aí se

travaram debates

apaixonados, que têm agitado o mundo sábio.

Esse investigador reproduziu

todos os fenômenos notáveis do Espiritismo:

transportes, materializações,

levitações, etc., aos quais também se devem

adicionar as impressões de pés e

mãos e fisionomias em parafina derretida, assim

obtidas em recipientes

isolados de todo e qualquer contacto humano.

A publicidade que se deu a esses fatos provocou

uma crítica vivaz da parte

do professor Lombroso, criminalista e

antropologista célebre. Oferecendo-se o

Sr. Chiaia para produzir novamente os mesmos

fenômenos, realizaram-se

então, em fins do ano 1891, várias sessões na

própria casa de Lombroso, em

Nápoles. Este, auxiliado por outros professores,

os Srs. Tamburini, Virgilio,

BIancht, Vlzioli, da Universidade de Nápoles,

pôde assim verificar a realidade

dos fatos espíritas, que depois se tornou pública.

(89)

Em carta publicada ulteriormente (90), o

professor Lombroso menciona as

experiências realizadas pelos Drs. Barth e

Defiosa, durante as quais o primeiro

destes viu seu pai, já falecido, que então o

abraçou duas vezes. Em outra

sessão, o banqueiro Kirsch viu aparecer uma

pessoa sua afeiçoada, morta

havia vinte anos, e que lhe falou em francês,

língua desconhecida do médium.

O professor Lombroso tentou explicar todos os

fenômenos espíritas pela

“exteriorização da força psíquica do médium”,

porém não demonstrou como

essa teoria poderia a eles adaptar-se.

Desde então, em 18 de novembro de 1892,

L’Italia dei Popolo, jornal

político em Milão, publicou um suplemento

especial em que se vêem as atas

das dezessete sessões efetuadas nessa cidade,

em casa do Sr. Finzi, com a

presença da mesma médium Eusápia Paladino.

Esses documentos estão

assinados pelos seguintes sábios eminentes de

diversos países:

Schiaparelli, diretor do Observatório Astronômico

de Milão;

Alezander Aksakol, conselheiro de Estado da

Rússia, diretor da revista

Psychische Studten, de Leipzig;

Carl du Prel, de Munique;

Angelo Brofferio, professor de Filosofia;

Gérosa, professor de Física na Escola Superior de

Agricultura, em Portici;

Ermacora e G. Finzi, doutores em Física;

Charles Richet, professor na Faculdade de

Medicina de Paris, diretor da

Revue Scientifique;

Lombroso, professor da Faculdade de Medicina

de Turlm.

Essas atas mencionam a produção dos seguintes

fenômenos, observados

em plena luz:

“Movimentos mecânicos, que não podem ser

explicados pelo contacto das

mãos; levantamento completo da mesa;

movimentos mecânicos com o98

contacto indireto das mãos da médium, exercido

de forma a tornar Impossível

qualquer ação desta, movimentos espontâneos

de objetos a distância, sem

nenhum contacto com as pessoas presentes;

movimentos da mesa também

sem contacto; movimentos dos braços de uma

balança; pancadas e reproduções de sons na

mesa.”

Fenômenos obtidos na obscuridade, estando os

pés e as mãos da médium

constantemente seguros por duas das pessoas

presentes:

“Transporte de diversos objetos, sem contacto,

tais como: cadeiras,

Instrumentos de música, etc.; impressão de

dedos sobre papel enegrecido por

carvão; modelamento de dedos na argila;

aparições de mãos sobre um fundo

luminoso; aparições de luzes fosforescentes;

levantamento da médium para

cima da mesa; mudanças de cadeiras com as

pessoas que as ocupavam;

sensação de apalpadelas.”

Enfim, à meia-luz:

“Aparições de mãos humanas e vivas sobre a

cabeça da médium; contacto

de uma figura humana barbuda.”

Nas suas conclusões, os referidos

experimentadores estabelecem que, devido

às precauções tomadas, não era possível

nenhuma fraude. Do conjunto dos

fenômenos observados, dizem eles, depreende-

se a vitória de uma verdade

que injustamente muitos têm querido tornar

impopular.

*

No Brasil, em Portugal, nos Açores, na Austrália,

nas Repúblicas do Rio da

Prata e do Pacifico, no México, em Porto Rico e

Cuba, o Espiritismo também se

tem desenvolvido extraordinariamente, devido

Isso, em grande parte, à boa

aceitação que ele encontra na consciência dos

povos e aos fatos que se

produzem.

Em todos esses países há centros e revistas ou

jornais espíritas que se

encarregam de propagar esta consoladora

doutrina, entre as quais podemos

mencionar, como mais antigos, o Reformador,

órgão da Federação Espírita

Brasileira, com sede no Rio de Janeiro, a Revista

Espírita de la Habana, órgão

da Sociedade La Reencarnación, em Havana, e a

revista Constancia, órgão da

Sociedade Espírita Constância, de Buenos Aires.

(82) “Ensinos Espirituallstas”, livro muito

recomendável pela sua

elevação moral.

(83) “Fatos Espíritas”. Edição da FEB. — (N. T.)

(84) “Proceedings”, pág. 151.

(85) “Proceedings”, págs. 102 e 107.

(86) “Phantasms of the Living”, págs. 102 e 149.

“Proceedings”, pág. 305.

(87) “Annales des Sclences Psychiques”, págs.

356 e 361.

(88) Ler “Wissenschaftliche Abhandiungen”, por

Zõllner. Idem, “O

Desconhecido”, por Camille Flammarion. — (N.T.)

(89) Ver a obra “O Fenômeno Espírita”,

testemunho de sábios, por Gabriel

Delanne, pág. 235.

(90) Idem, pág. 238.99

20

O ESPIRITISMO NA FRANÇA

Na França não há tantos sábios espíritas como na

Inglaterra, pois os seus

homens de ciência, mais talvez do que em

qualquer outro país, têm

testemunhado Indiferença ou reserva proposital a

respeito das manifestações

psíquicas. Vêem-se, entretanto, belas exceções.

Assinalamos somente Camille

Flammarion, cujo estilo encantador popularizou a

ciência dos mundos, e

Babinet, membro do Instituto. Estes dois sábios

fizeram ato de adesão ao Espiritismo; o primeiro,

por seu discurso pronunciado no túmulo de Allan

Kardec;

o segundo, por uma carta ao Dr. Feytaud (1867),

carta que se tornou pública, e

na qual fez conhecer sua intenção de expor ao

público os fenômenos incríveis

de que foi testemunha, e cuja realidade pensa

poder demonstrar, decidido

como está a ir avante. A sua morte, porém,

impediu a execução desse projeto.

Mais recentemente, um jovem sábio, de grande

futuro, o Dr. Paul Gibier,

discípulo favorito de Pasteur e diretor do

Instituto Anti-Rábico de Nova York,

publicou duas obras: O Espiritismo ou

Faquirismo Ocidental (Paris, 1887) e

Análise das Coisas (1889) (91), nas quais estuda

conscienciosamente e afirma,

com coragem, a existência dos mesmos fatos.

O Dr. Gibier, com o auxílio do médium Slade,

estudou, de modo muito

especial, o curioso fenômeno da escrita direta

sobre a lousa, ao qual

consagrou trinta e três sessões. Lousas duplas,

fornecidas pelo experimentador, foram seladas,

uma posta sobre a outra, e assim se obtiveram,

no seu

interior, numerosas comunicações em várias

línguas.

“Temos observado estes fenômenos, escreve ele

(92), tantas vezes e sob

formas tão variadas que, se fosse privado nos

reportarmos aos nossos

sentidos para demonstrar casos tão especiais,

renegaríamos o que na vida comum se apresenta

todos os dias aos nossos olhos.”

É, porém, no mundo das letras e das artes que

encontraremos numerosos

partidários ou defensores dos fenômenos

espíritas e das doutrinas que lhes

são correlativas. Entre outros escritores que se

pronunciaram neste sentido,

citaremos: Eugêne Nus, o autor das obras:

Grands Mystêres e Choses de

l’Âutre Monde; Vacquerie, que, a respeito deste

ponto, expôs suas opiniões nas

Miettes de l’Histoire; Victor Hugo, Maurice

Lachâtre, Théophile Gauthier,

Victorien Sardou, O. Fauvety, Ch. Lomon, Eugêne

Bonnemêre, etc.

É quase sempre fora das academias que as

experiências espíritas na

França têm sido tentadas, e, sem dúvida, disso

provêm a pouca atenção que

se lhes tem prestado. De 1850 a 1860, estavam

em moda as mesas giratórias;

a predileção era geral, nenhuma festa, nenhuma

reunião íntima terminava sem

alguns exercidos deste gênero. Mas, entre a

multidão das pessoas que

tomavam parte nessas reuniões e que se

divertiam com o fenômeno quantas

teriam entrevisto suas conseqüências, do ponto

de vista cientifico e moral, e a

Importância das soluções que ele trazia à

Humanidade? Cansaram de propor

questões banais aos Espíritos. A moda das

mesas, como qualquer outra,

passou, e, depois de certo processo ruidoso, o

Espiritismo caiu em descrédito.

Mas, à falta de sábios oficiais, observadores dos

fenômenos, a França

possuia um homem que devia representar um

papel considerável, universal, no

advento do Espiritismo.

Allan Kardec, depois de ter, durante dez anos,

estudado pelo método

positivo, com razão esclarecida e paciência

infatigável, as experiências feitas100

em Paris; depois de ter recolhido os testemunhos

e documentos que de todos

os pontos do globo lhe chegaram, coordenou

esse conjunto de fatos, deduziu

os princípios gerais e compôs um corpo de

doutrina, contido em cinco volumes,

cujo êxito foi tal que alguns ultrapassaram hoje a

quadragésima edição, a

saber: O Livro dos Espíritos ou parte filosófica, O

Livro dos Médiuns ou parte

experimental, O Evangelho segundo o Espiritismo

ou parte moral, O Céu e o

Inferno ou parte analítica e Á Gênese ou parte

científica. (93)

Allan Kardec fundou a Revue Spirite, de Paris,

que se tornou o órgão, o

traço de união dos espíritas do mundo inteiro, e

na qual se poderá acompanhar

a evolução lenta e progressiva desta revelação

moral e filosófica.

A obra de Allan Kardec é, portanto, o resumo dos

ensinos comunicados aos

homens pelos Espíritos, em um número

considerável de grupos espalhados por

todos os pontos da Terra, e durante um período

de vinte anos.

Essas comunicações nada têm de sobrenaturais,

porque os Espíritos são

seres semelhantes a nós que vivemos na Terra e,

em sua maior parte, a ela

voltarão, submetidos, como nós, às leis da

Natureza e revestidos de um corpo,

mais sutil é verdade, mais etéreo do que o nosso,

porém perceptível aos

sentidos humanos em condições determinadas.

Allan Kardec, como escritor, mostrou-se de uma

clareza perfeita e de uma

lógica rigorosa. Todas as suas apreciações

repousam sobre fatos observados,

atestados por milhares de testemunhas. Apelou

para a Filosofia, e esta desceu

das alturas abstratas em que pairava, fez-se

simples, popular, acessível a

todos. Despida das suas formas envelhecidas,

posta ao alcance das mais

humildes inteligências, ela demonstra a

persistência da vida de além-túmulo, e

assim traz esperança, consolação e luz àqueles

que sofrem.

A doutrina de Allan Kardec, nascida — não será

demasiado repetí-lo — da

observação metódica, da experiência rigorosa,

não se torna um sistema

definitivo, imutável, fora e acima das conquistas

futuras da Ciência. Resultado

combinado de conhecimentos dos dois mundos,

de duas humanidades

penetrando-se uma na outra, ambas, porém,

imperfeitas e a caminho da

verdade, do desconhecido, a Doutrina dos

Espíritos transforma-se, sem cessar,

pelo trabalho e pelo progresso, e, sem dúvida,

superior a todos os sistemas, a todas

as filosofias do passado. Kardec afirmou que se

algum dia a ciência tradicional provar que o

Espiritismo está errado em determinado ponto,

abandonemos este ponto e fiquemos com a

ciência. Esse dia nunca chegou e acredito que

nunca chegará, pois, indubitavelmente, o

Espiritismo está muito à frente da ciência

terrestre.

A descoberta da matéria radiante, as análises dos

sábios ingleses e americanos

sobre os fluídos, sobre os invólucros

perispirituais ou formas revestidas pelos

Espíritos em suas aparições, todos esses

progressos abriram ao Espiritismo

um novo horizonte. Graças a esses estudos, o

Espiritismo penetrou a natureza

íntima do mundo fluídico, e, para o futuro, pode,

com armas Iguais, lutar contra

seus adversários nesse terreno da Ciência que se

lhe tornou familiar.

O Congresso Espírita e Espiritualista

Internacional, reunido em Paris, no

mês de setembro de 1889, demonstrou toda a

vitalidade da doutrina que

acreditavam sepultada debaixo dos sarcasmos e

das zombarias. Quinhentos

delegados, vindos de todos os pontos do mundo,

assistiram às suas sessões,

noventa e cinco revistas e jornais ai estiveram

representados. Homens de

grande saber e de alta posição, médicos,

magistrados, professores e mesmo

sacerdotes, pertencentes às mais diversas

nacionalidades — franceses,

espanhóis, italianos, belgas, suíços, russos,

alemães, suecos, etc. —, todos101

tomaram parte nos debates.

Os membros das diversas doutrinas

representadas nesse Congresso:

espíritas, teosofistas, cabalistas,

swedenborguianos, em perfeita união,

afirmaram, por unanimidade de votos, os dois

princípios seguintes:

1º— Persistência do Eu consciente depois da

morte, ou seja, a

imortalidade da alma.

2º — Relação entre os vivos e os mortos. (94)

O Congresso Espírita de 1889, despertando a

atenção pública, estimulou o

espírito de exame e provocou um conjunto de

estudos e experiências

científicas. Charles Richet e o Coronel de Rochas

fundaram, em Paris, uma

sociedade de investigações psíquicas, cujo

primeiro cuidado foi estabelecer um

exame sobre os fenômenos de aparição e sobre

todos os fatos da psicologia

oculta observados na França. Uma revista

especial, os Annales des Sciences

Psychiques, dirigida pelo Dr. Dariex, dá conta

não só desses trabalhos, mas

também dos que são realizados pelas sociedades

estrangeiras análogas.

O Congresso Internacional de Psicologia

Experimental, realizado em

Londres, no ano de 1892, mostrou que, em

pouco tempo, se haviam produzido

na Ciência algumas modificações especialmente

notáveis sobre o assunto.

Ch. Richet aborda francamente a questão da nova

Psicologia e trata dos

fenômenos espíritas: telepatia, dupla vista, etc.

Esse eminente professor

começa por fazer o seguinte questionário (95):

“Existirá essa Psicologia

oculta?” E, então, responde: “Para nós isso não é

duvidoso, pois efetivamente

existe tal Psicologia. Não é possível que tantos

homens distintos da Inglaterra,

América, França, Alemanha, Itália e outros

países, se tenham deixado enganar

tão grosseiramente. Eles refletiram e discutiram

todas as objeções

apresentadas, não encontrando motivo para

atribuírem ao acaso ou ao produto

de fraude qualquer dos fenômenos observados,

visto terem tomado

precauções, antes mesmo que outros as

houvessem Indicado. Recuso-me

também a acreditar que tais trabalhos tenham

sido estéreis ou que esses

homens tivessem meditado, experimentado,

refletido sobre meras ilusões.”

Charles Richet lembra aos membros do

Congresso o quanto as academias

se têm arrependido de haverem, muitas vezes,

negado a priOri as mais belas

descobertas; por isso, elas deviam ser agora mais

cautelosas a fim de não

caírem na mesma falta. Demonstra os resultados

proveitosos que, do estudo

da nova Psicologia, baseada sobre o método

experimental, pode decorrer para

a Ciência e para a Filosofia.

(91) Traduzidas e editadas em português pela

FEB. — (N.T.)

(92) “O Espiritismo ou Faquirismo Ocidental”,

pág. 340.

(93) Traduzidos e editados em língua portuguesa

pela FEB. — (N.T.)

(94) O Congresso Espírita e Espiritualista

Internacional de Paris, 1900,

ratificou, por votação unânime, as seguintes

declarações:

“1) Reconhecimento da existência de Deus,

inteligência suprema, causa

primeira de todas as coisas; 2) pluralidade dos

mundos habitados; 3)

imortalidade da alma; 4) sucessividade de suas

existências corporais na

Terra e noutros globos do espaço; 5)

demonstração experimental da

sobrevivência da alma humana pela comunicação

medianimica com os

Espíritos; 6) condições felizes ou infelizes da vida

humana, em razão das

anteriores experiências da alma — de seus

méritos e de seus deméritos

—, e dos progressos que ela tem a realizar; 7)

perfectibilidade Infinita do102

ser; e 8) solidariedade e fraternidade universais.”

(95) “Annales des Sciences Psychiques”,

dezembro, 1892.


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HISTÓRICO DE TEXTOS DE LéON DENIS. LIVRO: DEPOIS DA MORTE
01/11/2013 - O Perispírito ou Corpo Espiritual

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